Em 1996, Paulo Maluf dizia que era impossível contar alguma história engraçada sobre seu pupilo Celso Pitta, eleito prefeito naquele ano. “Não tem jeito. O Pitta é sério. Ele não ri.”
De fato, em todas as suas entrevistas, Pitta, ex-diretor financeiro da Eucatex (empresa da família de Maluf), mantinha-se invariavelmente compenetrado e frio.
Nos últimos tempos, com as denúncias sobre a máfia da propina, o prefeito fechou-se ainda mais. Evitando a imprensa, optou por emitir notas oficiais.
No meio do bombardeio de Nicéa, um batalhão de repórteres postou-se na porta da prefeitura de São Paulo e passou a insistir para que ele desse uma declaração.
Depois de muita espera, veio a resposta. Um assessor disse que ele gravaria um depoimento.
Pegou os gravadores e subiu só.
Passados alguns minutos, o assessor retornou com as gravações. Ao ouvir a fita, um dos repórteres começou a gargalhar:
– Ele não falou nada. Só leu uma nota oficial! (que já havia sido distribuída à imprensa)